Chamada para artigos para o Volume 2, 2018

 V.2, 2018


Os trabalhos para a edição #2 devem ser enviados até 15 de junho de 2018 para o e-mail perspectivascapufrj@gmail.comClique aqui para acessar as normas para publicação.

Temos assistido recentemente a um constante silenciamento de vozes, uma ausência de representatividade nas instâncias de poder, e espaços cada vez menos dialógicos e democráticos de debate no Brasil.  Diante disso, as instituições de ensino, espaços primordiais de trocas de saberes, têm sua função social ainda mais evidente na formação de sujeitos críticos, afetivos e que respeitem as diferenças. De ambiente de controle a espaço de construção coletiva, a escola pode desenvolver tanto práticas voltadas para a alteridade quanto privilegiar o caminho inverso, sendo a competitividade seu objetivo maior. Então, qual escola é possível para a desconstrução de desigualdades sociais tão fortemente estabelecidas? De forma específica, qual o papel da escola pública, espaço aberto e comprometido com a sociedade?
Nesse sentido, a presente chamada de contribuições para o segundo número da Revista Perspectivas em Educação Básica do Colégio de aplicação da UFRJ tem como tema a “Função social da escola pública e suas potências.” Em comemoração aos 70 anos do CAp UFRJ, e sua histórica atuação e luta por uma educação e formação docente críticas, o objetivo é repensar as práticas político-pedagógicas que destaquem a importância da escola pública, laica, gratuita e de qualidade.
Pretende-se, nessa edição, realizar a reflexão sobre a construção do conhecimento, entendendo-a como permeada por relações de luta, poder e dominação (FOUCAULT, 2005, p. 23). Assim, possibilidades de uma sociedade mais justa podem ser discutidas quando nos voltamos para os distintos saberes presentes e desenvolvidos na escola e sua potência de atuação um espaço tão diverso e rico. Desse modo, é importante lembrar das famosas palavras de Boaventura Sousa Santos de que “temos o direito de ser iguais quando a nossa diferença nos inferioriza; e temos o direito de ser diferentes quando a nossa igualdade nos descaracteriza. Daí a necessidade de uma igualdade que reconheça as diferenças e de uma diferença que não produza, alimente ou reproduza as desigualdades.(SANTOS, 2003, p. 56)
No atual cenário de elaboração de leis que ferem a autonomia dos professores em sala e atingem diretamente o ensino público, torna-se premente inserir a escola num contexto onde a prática pedagógica está fortemente atrelada a aspectos políticos e sociais. Portanto, vemos a escola pública como uma “instituição socialmente produzida, em um espaço de luta entre a reprodução das desigualdades sociais e a produção de possibilidades mais democráticas.” (ESTEBAN, 2007, p. 12).


REFERÊNCIAS


ESTEBAN, Maria Teresa. Educação popular: desafio à democratização da escola pública. In: Cad. Cedes, Campinas, vol. 27, n. 71, p. 9-17, jan./abr. 2007. Disponível em http://www.cedes.unicamp.br.


FOUCAULT, Michel. As verdades e as formas jurídicas. Rio de Janeiro: NAU Editora, 2005.

SANTOS, Boaventura de Sousa. Reconhecer para libertar: os caminhos do cosmopolitismo multicultural. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003: 56.